CICLO SOBRE ARTE E LOUCURA
Teatro | Performance | Música
EXPOSIÇÃO | Conversas
14 Set a 1 Out 2023
Palácio do Sobralinho
Sobralinho, Vila Franca de Xira
ALA
T
teatro | ESTREIA
ATLAS
DO LABIRINTO
HUMANO
texto de Ricardo Cabaça
encenação de Alexandre Lyra Leite
14 Set a 1 Out
Qui a Sab, 21:30 / Dom, 20:30
M/14
Atlas do Labirinto Humano é um instante, um momento na cartografia mental das pessoas.
Guiado por uma estranha mulher durante o percurso, o público entra na intimidade do passado e presente dos pacientes, ouvindo as palavras secretas que ainda sobrevivem depois do encerramento no manicómio.
A linha invisível que separa uma coisa da outra é frágil, praticamente insignificante, uma vez lá dentro, a estadia será para sempre.
Atlas do Labirinto Humano foi escrito a partir do livro “Coisas de loucos: o que eles deixaram no manicómio”, de Catarina Gomes, que teve origem na descoberta acidental de uma caixa de objectos de antigos doentes do primeiro hospital psiquiátrico português, o Miguel Bombarda.
A PARTIR DE
“COISAS DE LOUCOS: O QUE ELES DEIXARAM NO MANICÓMIO”, DE CATARINA GOMES
INTERPRETAÇÃO
Alfredo Martins
Daniela Rosado
Erica Rodrigues
Isabel Gaivão
Peter Michael
música
António de Sousa Dias
figurinos
Isabel Brissos
ALA
P
MÚSICA / SPOKENWORD
NAVIO DOS LOUCOS
José Anjos, Cláudia R. Sampaio, João Morais, Carlos Barretto
16 Set 17:00
Espectáculo de música e spokenword a partir de poemas de Cláudia R. Sampaio, José Anjos, Herberto Helder e Daniel Faria, entre outros, ditos por Cláudia R. Sampaio e José Anjos, com composição e interpretação musical de João Morais (O Gajo) na viola campaniça e Carlos Barretto no contrabaixo.
Performers Cláudia R. Sampaio, José Anjos
Música João Morais, Carlos Barretto
Duração aprox. 60 min
M/14 anos
LANÇAMENTO / DJ SET
APRESENTAÇÃO DO LIVRO “ATLAS DO LABIRINTO HUMANO E OUTRAS PEÇAS”
Ricardo Cabaça
+ DJ SAL
23 Set 17:00
Entrada livre
“Atlas do labirinto humano e outras peças” reúne três textos teatrais que dialogam com o universo da saúde mental, um tema que muito inquieta e instiga Ricardo Cabaça. Neste livro, o autor propõe três abordagens distintas, juntando Fernando Pessoa e Egas Moniz, uma viagem à vida e pensamento de Antonin Artaud, e finalmente, a peça que dá nome ao título, feita a partir do livro “Coisas de loucos: o que eles deixaram no manicómio” de Catarina Gomes, onde estão presentes figuras reais que passaram grande parte das suas vidas no Hospital Miguel Bombarda. O livro é uma edição da Urutau.
Ricardo Cabaça
Licenciado em Estudos Portugueses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.Tem peças publicadas em Portugal, Brasil e Espanha. Participou no Seminário Internacional de Dramaturgia 2015 (Obrador d’Estiu) em Barcelona, na Sala Beckett, com Simon Stephens. Em 2016 foi o dramaturgo português convidado para a residência artística do Chantiers d’Europe, no Théâtre de la Ville, em Paris. Participou no IX Seminário Internacional de Dramaturgia Amazônida (2019) como palestrante e com uma oficina de dramaturgia. Desenvolveu e apresentou, em parceria com a DramaturgA e o Centro Dramático Galego, o projeto DraMITurgA na MIT Ribadavia – Mostra Internacional de Teatro de Ribadavia, em julho 2021. Participou no Festival de Peças de um Porvir (Galiza) com a peça Anti-Benjamin (2020). Em 2023 escreveu e realizou Regresso a Ítaca (RTP2).
Os seus textos foram encenados em Portugal, Brasil, Espanha, Angola e França.
Cofundador e Codiretor Artístico da 33 Ânimos, juntamente com Daniela Rosado, desde a sua fundação, em 2012.
PERFORMANCE
PARA PÔR UM FIM À LUCIDEZ
Nuno Veiga e Ricardo Cabaça
30 Set 17:00
Partindo dos textos e pensamento de Antonin Artaud, sobretudo as suas ideias sobre religião, corpo e pecado, este projeto desenvolve uma reflexão sobre aquelas que foram as dicotomias em Artaud ao longo do seu trabalho artístico, mas também a sua postura na vida.
Artaud experienciou fases absolutamente terríveis, em particular o longo internamento e consequentes choques elétricos, não esquecendo a forma como era incompreendido, levando-o a desistir do teatro por não conseguir transmitir a sua visão mística. No entanto, a lucidez que envolve Artaud é fascinante e sem dúvida um corpus de trabalho instigante.
Este projeto parte de todas estas premissas, vida, obra e pensamento, criando um objeto artístico multidisciplinar. Em cena uma atriz, uma bailarina e um músico: pensamento, corpo e voz de Antonin Artaud.
Direção artística Nuno Veiga e Ricardo Cabaça
Texto Ricardo Cabaça
Interpretação Dora Bernardo
Bailarina Marta Jardim
Sonoplastia Nuno Veiga
Duração aprox. 50 min
M/16 anos
ALA
E
INSTALAÇÃO
DOR DE CRUZES
Pedro Ventura
Curadoria _ Sandro Resende / Manicómio
16 Set a 1 Out
Inauguração: 16 Set 16:00
Horários
Qui e Sex, 21:00-21:30
Sab, 16:00-17:00 / 21:00-21:30
Dom, 16:30-17:00 / 20:00-20:30
* excepto Dom 24 Set, 20:00-20:30
Entrada livre
Onde há cruzes, nem sempre tem dor.
Como aprender a lidar com as cruzes?
Onde lidar com a dor?
A cruz de evitar a tentação do texto estético, justificativo de uma obra, ou exposição.
As pessoas também perguntam:
O que é bom para aliviar a dor?
O que pode provocar dor?
Porque me dói?
Como dormir com dor?
Pedro Ventura não vai responder a nenhuma destas questões, nem esta exposição, mas Pedro sabe que um dia a dor irá desaparecer.
Pedro Ventura nasceu em 1978, em Alenquer. Possui o 12º ano, tendo frequentado a Escola Superior de Santarém. Define-se como um sonhador. Tem um percurso errático com um currículo que se estende desde a sua função como empregado fabril até ao seu trabalho como escritor. Publicou um livro intitulado Isso Toda a Gente Sabe, pela Editora Chiado. Participou como letrista no álbum Capaz, em parceria com o músico Senhor Vulcão, CD editado por MANICÓMIO, estrutura que o representa desde 2018.
Como artista plástico, participou em várias exposições coletivas, das quais destacam-se: LX Factory, Bienal de Ourém, Hospital no Panóptico do Hospital Miguel Bombarda, Museu do Oriente, Museu Soares dos Reis, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Pavilhão do Conhecimento ou, mais recentemente, em 2020, integrando Incómodo, no Museu Municipal de Faro. Está representado em coleções particulares.
Curadoria
MANICÓMIO é o primeiro espaço de criação e galeria de Arte em Portugal dedicada exclusivamente a artistas que têm ou já tiveram experiência de doença mental. Integrado num ecossistema de organizações e empresas em regime de trabalho colaborativo em Lisboa, este espaço criativo é um local aberto ao público que fomenta a criatividade e inovação e a co-criação entre artistas e outros agentes. Oferece liberdade na prática artística e liberdade na busca do propósito individual, cruzando arte com a saúde mental e os direitos humanos. O projeto resulta de mais de 20 anos de luta pela dignidade e reconhecimento dos artistas que são simplesmente excluídos do mundo da arte por causa da sua doença mental.
www.manicomio.pt
ALA
C
CONVERSAS
COISAS DE LOUCOS
Conversa com Catarina Gomes
17 Set 17:00
Entrada livre
Autora do livro “Coisas de Loucos: O Que Eles Deixaram no Manicómio”
Moderação de Stefanie Franco e Ricardo Cabaça
17:00-19:00
“Coisas de Loucos” teve origem na descoberta acidental de uma caixa de cartão empoeirada, cheia de objectos de antigos doentes do primeiro hospital psiquiátrico português, o Miguel Bombarda. Catarina Gomes inicia então uma série de investigações para descobrir que vidas tiveram os donos desses objectos esquecidos no sótão do antigo «Rilhafoles». Nascidos entre o final do século XIX e o começo do século XX, estes «loucos» viram‑se subitamente isolados do mundo, numa época em que os psicofármacos estavam fora do horizonte e o fechamento dos doentes mentais era quase a única solução. Mas antes de serem forçadas ao confinamento estas pessoas tiveram família, amores, trabalho, tiveram planos de futuro. São algumas destas vidas que Catarina Gomes resgata do esquecimento.
Catarina Gomes nasceu em Lisboa, em 1975. É autora de três livros de não-ficção e do romance Terrinhas (Gradiva, 2022), vencedor do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís. Em Coisas de Loucos (Tinta-da-China, 2020) conta as vidas de oito doentes psiquiátricos a partir de objectos pessoais que estes deixaram para trás no antigo Manicómio Miguel Bombarda. Às reportagens que estiveram na origem do livro foi atribuído o Prémio de Jornalismo da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental. Em «Furriel não é nome de pai» (Edições Tinta da China, 2018) quebrou um tabu, contando a história dos filhos que os militares tiveram com mulheres africanas e que deixaram para trás. «Pai, tiveste medo?» (Matéria-Prima Edições, 2014) aborda a forma como a experiência da Guerra Colonial chegou à geração de filhos de ex-combatentes. As três obras fazem parte do Plano Nacional de Leitura. Tem contos publicados na revista Granta (Sono/Sonho, 2021) e no livro «Contágios» (editora Visgarolho, 2022). Jornalista do Público durante quase 20 anos, as suas reportagens receberam alguns dos prémios nacionais mais importantes da área, como o Prémio Gazeta. A nível internacional, foi duas vezes finalista do Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez e recebeu o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha.
CONVERSAS / CINEMA
AINDA NÃO ACABEI
Conversa com Catarina Neves
24 Set 16:00
Entrada livre (inclui projecção do filme “Ainda Não Acabei”)
Realizadora do filme “Ainda Não Acabei”, sobre o projecto “Manicómio”
Moderação de Stefanie Franco
16:00-19:00 (inclui projecção do filme)
Quando um artista é apreciado pelo trabalho que apresenta e não pelo fato de criar arte apesar da doença mental, isso quer dizer que o projeto “Manicómio” está a conseguir aquilo a que se propõe: reconhecimento pela qualidade das obras, para além do estigma.
Durante seis meses, em 2021, os artistas do projeto Manicómio, no Beato, em Lisboa, foram filmados a criar peças de arte que integram exposições e entram no mercado como qualquer outro objeto artístico de qualquer outro artista a quem não foi diagnosticada doença mental.
Muito para além da provocação do conceito “Manicómio”, o documentário mostra como, no “Manicómio” criado por Sandro Resende e José Azevedo, é real a possibilidade de quebrar barreiras, de pensar e agir sem filtros desde que haja capacidade, vontade de trabalhar e talento.
Catarina Neves é jornalista há 27 anos e documentarista há 10. Começou nas rádios locais ainda antes da legalização. Fez várias grandes reportagens e foi enviada especial a diferentes cenários internacionais durante 5 anos na TSF. Trabalha na SIC desde 2000 onde tem desenvolvido múltiplos trabalhos de reportagem e também como enviada especial a conflitos como a guerra na Ucrânia e acontecimentos como as mais recentes eleições em Angola.
Realizadora e produtora de 8 documentários e duas curtas de ficção, com vários prémios atribuídos em diversos festivais.
CONVERSAS
MANICÓMIO
Conversa com Sandro Resende e Cláudia R. Sampaio
1 Out 17:00
Entrada livre
© António Pedro Ferreira / Expresso
© Vitorino Coragem
Co-fundador do projecto Manicómio
Artista representada pelo Manicómio
Moderação de Ricardo Cabaça
17:00-19:00
MANICÓMIO é o primeiro espaço de criação e galeria de Arte em Portugal dedicada exclusivamente a artistas que têm ou já tiveram experiência de doença mental. Integrado num ecossistema de organizações e empresas em regime de trabalho colaborativo em Lisboa, este espaço criativo é um local aberto ao público que fomenta a criatividade e inovação e a co-criação entre artistas e outros agentes. Oferece liberdade na prática artística e liberdade na busca do propósito individual, cruzando arte com a saúde mental e os direitos humanos. O projeto resulta de mais de 20 anos de luta pela dignidade e reconhecimento dos artistas que são simplesmente excluídos do mundo da arte por causa da sua doença mental.
www.manicomio.pt
Sandro Resende
Frequência do curso de Licenciatura em Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e Curso de Pintura, pelo Instituto de Artes e Ofícios da Fundação Ricardo Espírito Santo. Professor de Artes Plásticas no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL) desde 2000.
Foi enquanto responsável pelos ateliês artísticos na Unidade de Terapia Ocupacional, valência do Serviço de Reabilitação Psicossocial do CHPL destinada aos utentes com diagnóstico de disfunção ocupacional, que Sandro Resende ajudou a criar uma série de exposições e eventos de arte pública no âmbito da arte contemporânea e saúde mental, com destaque para Pavilhão 28, Pavilhão 31, Espaço3, Interferências, Outdoors, Contentores ou Arte Bruta em Portugal. Com caráter regular, esse trabalho iniciou-se num antigo pavilhão de internamento integrado no parque de saúde do antigo Hospital Júlio de Matos (Pavilhão 28), mantendo-se desde 2013 no Pavilhão 31, comissariando e produzindo inúmeras exposições unindo artistas com doença mental a nomes consagrados do meio, tanto portugueses como do panorama internacional: Anabela Soares, Artur Moreira, Bruce Nauman, Cabrita Reis, Emir Kusturica, Francisco Gromicho, Gilbert & George, Jeff Koons, Jorge Molder, José Pedro, José Pedro Croft, José Ribeiro, Luísa Cunha, Pedro Ventura, entre muitos outros.
Em 2018, fundou o espaço Manicómio.
Cláudia R. Sampaio
Nasceu em 1981, em Lisboa. Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo sido guionista em cinema e televisão, mas neste momento dedica-se apenas à escrita literária e à pintura e escultura em cerâmica.
Tem sete livros de poesia publicados até ao momento: Os dias da corja (2014), A primeira urina da manhã (2015), Ver no escuro (2016), 1025mg (2017), Outro nome para a solidão (2018), Já não me deito em pose de morrer (2020) e Uma mulher aparentemente viva (2022). Colaborou em várias revistas e antologias de poesia e escreveu um texto para teatro a convite da Culturgest no âmbito da 10ª edição do festival Panos (2017). Está também publicada no Brasil. Foi uma das poetas portuguesas convidadas para a Feira do Livro de Guadalajara, México, em 2019.
O seu trabalho plástico marcou inicialmente presença na edição de 2020 da Outsider Art Fair, em Nova Iorque, e desde aí em diversas coletivas, como Incómodo (Museu Municipal de Faro, 2020), O Outro como epifania do belo (Museu de São Roque, Lisboa, 2021), Limiar da Trilogia (Fidelidade Arte, Lisboa, 2022), Alta para ensaio (Ar.Co, Lisboa, 2022-23) ou a 5ª Bienal Internacional de Arte Gaia (Vila Nova de Gaia, 2023). Cláudia R. Sampaio é representada pelo Manicómio desde 2018.
E A RAZÃO ERRA!
CICLO SOBRE ARTE E LOUCURA
PALÁCIO DO SOBRALINHO
14 Set a 1 Out 2023
Direcção Artística – Ricardo Cabaça
Direcção de Produção – Alexandre Lyra Leite
Produção Executiva – Rita Leite
Direcção Técnica – Fernando Tavares
Design gráfico – Rita Leite
Registo e Edição vídeo – Vítor Hugo Costa / Metafilmes
Assistência técnica – Álvaro Figueiredo, Inês Maia
Assistência de produção – Cátia Costa, Elsa Paulo, Rita Paizinho, Yara Cléo
Produção – Inestética
Estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura, DGArtes e Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Apoio – Arte Franca, Imarte, Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho
Parceria institucional – Manicómio