EXPOSIÇÃO | INSTALAÇÃO
ALEXANDRE LYRA LEITE
FILIPA ALFAMA
RUI SOARES COSTA & ANDRÉ GONÇALVES (RSC & AG)
RUI SOARES COSTA
A partir do poema “O Navio de Espelhos”
de Mário Cesariny
Palácio do Sobralinho, 27 a 29 Set 2024
Sex 27 Set – 21:30-23:30 | Inauguração
Sáb 28 Set – 21:30-23:30
Dom 29 Set – 17:00-20:00
Instalação 1
Vozes e Ar Pesado
Alexandre Lyra Leite
Vídeo-instalação
3 ecrãs 100’’, 3 projectores vídeo, monitor TFT, colunas de som
Performers: Ana Jezabel, Ana Paula Silva, Bruna Carvalho, Carolina Inácio, Clara Marchana, Mariana Gonçalves, Marta Barahona Abreu, Ulla Janatuinen
Duração: 5’15”
2024
Na vídeo-instalação “Vozes e Ar Pesado”, Alexandre Lyra Leite inspira-se num verso do poema “O Navio de Espelhos” de Mário Cesariny para construir um anagrama emocional, através de um ciclo contínuo de acção/reacção onde forças internas e externas colidem, deformam-se e reconstroem-se numa coreografia silenciosa. Este processo de permutação reflete o dinamismo das emoções humanas, que, tal como num anagrama, se reconfiguram em diferentes combinações e significados.
A obra propõe uma reflexão sobre a sobrecarga emocional e as subtis camadas de comunicação que se manifestam no quotidiano, estabelecendo um paralelo entre a pressão atmosférica e o peso intangível das vivências interiores.
O ar, aqui, é um veículo de carga simbólica e psicológica, denso e palpável, como se contivesse em si todas as palavras não ditas.
Alexandre Lyra Leite nasceu em Lisboa, em 1971. Tem um longo percurso do domínio das artes performativas, enquanto autor, encenador e produtor. O seu trabalho caracteriza-se por uma abordagem experimental e multidisciplinar, onde a matriz poética e a dimensão visual assumem papeis preponderantes.
Estudou Cinema na ESTC – Escola Superior de Teatro e Cinema, e Produção e Gestão Teatral no IFICT – Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral, em Lisboa.
Fundador e Director artístico da companhia Inestética, produziu e encenou mais de 60 espectáculos nas áreas da performance, ópera e teatro.
Foi docente no Curso Superior de Produção Multimédia Interactiva, no IPA – Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos, e formador na ETIC, em Lisboa, nos cursos de Realização, Vídeo e Animação 2D/3D.
Realizou diversos vídeos experimentais para espectáculos, spots publicitários e videoclips. Foi premiado em três edições do Concurso O Teatro na Década, organizado pelo CPAI – Clube Português de Artes e Ideias, e bolseiro na área de Artes do Espectáculo/Teatro do Centro Nacional de Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, no Programa Novos Encenadores.
Em 1996 foi distinguido com a Placa de Mérito Cultural da Cidade de Vila Franca de Xira.
www.inestetica.com/lyra-leite
Instalação 2 / LIVE ACT
A Casa do Camaleão
Filipa Alfama
Instalação/ Live act
Mixed-media sobre acrílico
2024
Durante três dias, a artista desenvolverá uma instalação em live act, onde o público é convidado a observar e a dialogar sobre o processo de criação. A artista inspira-se no universo surrealista de Mário Cesariny, para criar uma instalação onde trabalha o espelho na forma de sombra, recorrendo a técnicas mixed-media.
O navio de espelhos de Cesariny é como uma sombra: navega sem rumo, é livre de hierarquias e camufla-se na paisagem, perdendo a noção de tempo, espaço e identidade. É um navio quase imaterial, como a própria sombra. Também ela é um mero espelho dos elementos à sua volta.
Filipa Alfama nasceu em Lisboa, em 1996. É uma artista multidisciplinar que se expressa através da fotografia, vídeo, desenho e instalação. O seu trabalho tem como principal foco a relação entre a cultura humana e o ecossistema. Concluiu o curso de Arte Multimédia na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (2018), o curso de Fotografia (II) no Ar.Co (2020) e o Mestrado em Comunicação e Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa (2023). Participa em exposições e residências artísticas em todo o país, das quais se destacam: as exposições coletivas “Blast” (2024) e “Entre Paredes – O que faz uma casa?” (2023), Casa das Artes Bissaya Barreto; a exposição coletiva “In.LOOP: Reflexões Temporais”, No Convento (2023); a residência artística Órbita#4, AgitLab (2023); a exposição coletiva “Expira”, Castelo de Ourém (2022); a residência artística PerphotoLab (2021); a exposição coletiva “Impossible Shadow”, Festival InShadow (2021); e a residência artística ZONA, Festival ZigurFest (2020).
www.filipalfama.com
Instalação 3
untitled for C, rising series
Rui Soares Costa & André Gonçalves (RSC & AG)
Estrutura metálica em aço, 2 ecrãs 65”, 2 vídeos (duração 6h20m cada vídeo)
Produção vídeo: João Nunes (Continue Walking)
Banda sonora original
Dimensão: 225 cm x 225 cm x 450 cm
2024
Este é um navio, suspenso acima da água, com muitos espelhos. Um navio que flutua, como que levitando, por cima da água. Navio que transporta a contemporaneidade e as suas contradições – é um navio de contemplação perante o abismo.
São seis horas em que quase nada se passa, para além da maré do Tejo que sobe e se aproxima da estrutura-casa, da cama-de-rede. Como que representando a forma relaxada, leviana, descontraída com que encaramos as dinâmicas contemporâneas, de um Antropoceno, à Crise Climática, passando pela subida do nível médio das águas do mar. Mas será que da mesma forma que a maré sobe, poderemos fazê-la descer? Da indefinição da escuridão, à lucidez da luz? Será que ainda há uma saída?
Este não é um navio fácil, talvez por isso “Quando chega à cidade / nenhum cais o abriga”. “Vozes e ar pesado / é tudo o que transporta”. “Até ao fim do mundo”.
Rui Soares Costa (1981) & André Gonçalves (1979) iniciam o seu trabalho em vídeo enquanto dupla de artistas (RSC & AG) em 2024.
Rui Soares Costa estudou pintura no Ar.Co, Lisboa, enquanto se formou, doutorou e fez investigação em Psicologia Social entre Portugal e os EUA. Desde 2013 que se dedica por inteiro às artes visuais, tendo começado a expor em 2016. Em 2020 passa a aproximar a sua investigação e prática artística com o seu pensamento e activismo político e ambiental. 2021 marca o início da série Rising, que aborda o Antropoceno e a Crise Climática enquanto questões centrais da contemporaneidade.
Desde 2016 que desenvolve no seu atelier o Bull’s Eye – Artist in Residence Program, por onde já passaram mais de 50 artistas, essencialmente internacionais.
Integra coleções na Alemanha, Espanha, Holanda, Índia, Portugal e Suíça, bem como a Colección Art Fairs (ES), Coleção Berardo (PT), Coleção da Biblioteca Nacional de Portugal (PT), Coleção José Costa Rodrigues (PT), Coleção Manuel de Brito (PT), Colección Mouro Producciones (ES), Museo de Arte Moderno y Contemporáneo de Santander y Cantabria (MAS) (ES). É representado por Salgadeiras Arte Contemporânea.
www.ruisoarescosta.com
André Gonçalves opera em diversas áreas artísticas, nomeadamente nas artes plásticas, música, instalação e performance. Conta no seu curriculum com inúmeras exposições e festivais em mais de 20 países um pouco por todo o mundo. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em 2005 e 2009, distinguido com uma Menção Honrosa no FILE Prix Lux 2010, São Paulo, e finalista do Celeste Prize 2010, Nova Iorque. O seu trabalho musical, a solo ou em colectivos, está documentado em mais de 15 edições em diversas editoras nacionais e internacionais. Nos últimos anos tem sido mais reconhecido pelo seu trabalho enquanto criador da marca de sintetizadores modulares ADDAC System.
www.andregoncalves.info
Addac System | www.addacsystem.com
Instalação 4
untitled 50 vs 101, rising series
Rui Soares Costa
Aço, botija de gás em aço, água salgada, fios de nylon e verniz, 75 x 75 x 75 cm
2024
Celebramos os 50 anos da revolução do 25 de Abril com os 101 anos do nascimento de Mário Cesariny. Esta, que é uma celebração absolutamente necessária – imprescindível na verdade -, não deixa de ser uma celebração entristecida, deprimida talvez. 101 anos depois do poeta da liberdade para além da (simples?) liberdade, 50 anos depois da revolução de todas as possibilidades, tudo se revela incompleto, tudo permanece (ainda?) por cumprir. Talvez tenhamos até, quiçá, regredido nalgumas das importantes conquistas – das do poeta, às da revolução… E agora?
A série de trabalhos Rising (desde 2021) resulta da minha investigação sobre a percepção de Tempo (enquanto construto que manipulo como um parâmetro numa equação matemática) abordando algumas das questões mais centrais da contemporaneidade, do Antropoceno à Crise Climática, mais especificamente a subida do nível médio das águas do mar. Os princípios que orientam o meu trabalho em geral, bem como esta investigação em particular, gravitam em torno da parsimónia, minimalismo, esvaziamento/ausência, seminalidade, natureza e materialidade. Estes são trabalhos que têm lugar em co-criação com o contexto envolvente, neste caso a água salgada da baia do Tejo junto ao cais do Olho de Boi, Almada. Tratam-se de processos de onde o artista, eu próprio, se procura remover o mais possível, entregando a batuta a não-humanos (um rio, o Tejo). O meu papel é, essencialmente, o de desenhar o dispositivo onde esta interação ou participação do contexto tem lugar, e depois quando interromper o processo.
A peça untitled 50 vs 101, rising series suspende uma antiga botija de gás numa teia de fios de nylon, ora visíveis, ora invisíveis, como que um navio de espelhos que flutua alado, transportando em si todas as questões difíceis. Do contentor de gás entretanto transformado em CO2, temos agora um contentor de questões, questões-espelho.
Rui Soares Costa nasceu em 1981. Estudou pintura no Ar.Co, Lisboa, enquanto se formou, doutorou e fez investigação em Psicologia Social entre Portugal e os EUA. Desde 2013 que se dedica por inteiro às artes visuais, tendo começado a expor em 2016. Em 2020 passa a aproximar a sua investigação e prática artística com o seu pensamento e ativismo político e ambiental. 2021 marca o início da série Rising, que aborda o Antropoceno e a Crise Climática enquanto questões centrais da contemporaneidade.
Trabalha intimamente com música contemporânea, sendo os seus projetos acompanhados por bandas sonoras originais. Tem estabelecido uma colaboração estreita com o músico e artista multimédia André Gonçalves.
Desde 2016 que desenvolve no seu atelier o Bull’s Eye – Artist in Residence Program, por onde já passaram mais de 50 artistas, essencialmente internacionais.
Integra coleções na Alemanha, Espanha, Holanda, Índia, Portugal e Suíça, bem como a Colección Art Fairs (ES), Coleção Berardo (PT), Coleção da Biblioteca Nacional de Portugal (PT), Coleção José Costa Rodrigues (PT), Coleção Manuel de Brito (PT), Colección Mouro Producciones (ES), Museo de Arte Moderno y Contemporáneo de Santander y Cantabria (MAS) (ES). É representado por Salgadeiras Arte Contemporânea.
www.ruisoarescosta.com
Exposição [Instalação]
Como os olhos da mosca reflectem os objectos
Artistas Alexandre Lyra Leite, Filipa Alfama, Rui Soares Costa, André Gonçalves
Design gráfico Rita Leite
Direcção técnica Fernando Tavares
Assistência técnica Álvaro Figueiredo
Assistência de produção Susana Serralha, Filipa Alfama
Produção Inestética 2024
Projecto financiado por República Portuguesa – Cultura, DGArtes – Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira