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Performances PACAP 2

Palácio do Sobralinho
14 e 15 Março 2019, 21:30
M/18 anos

A Inestética acolhe no Palácio do Sobralinho 5 performances desenvolvidas no âmbito da segunda edição do Programa Avançado de Criação em Artes Performativas (PACAP2), organizado pelo Forum Dança, Lisboa, com curadoria de Sofia Dias & Vítor Roriz.


Programa

Qui 14 Março, 21:30
untitled (mâcher ses mots) – figuration attempt #2 de Elena Bastogi
Bocuda de Nina Giovelli

Sex 15 Março, 21:30
Eu, você e o outro de você de Tamara Catharino
febre de Tatiana Bittar
MUTA de Arianna Aragno


M/18 anos

A segunda edição do PACAP – Programa Avançado de Criação em Artes Performativas – começou com um convite à falha. A falha enquanto condição indissociável do fazer e do risco que é imaginar e especular a partir da nossa experiência parcial do mundo. Responderam a este convite 15 artistas provenientes do Brasil, França, Itália, Lituânia, Uruguai e Portugal. Com idades compreendidas entre os 23 e os 38 anos e formação ou experiência nas artes performativas, artes plásticas, design, danças urbanas e teatro. Cada um destes artistas fez dos seus pares o principal recurso do Programa, formando uma micro-comunidade de contornos quase utópicos.

Este ciclo é o primeiro momento de apresentação pública destes artistas nos seis meses do PACAP (de Setembro 2018 a Março 2019). Um ciclo de 14 peças que reflecte uma diversidade de imaginários, de modos de composição, de articulação entre forma e conteúdo, entre discurso e linguagem. São peças de 20 a 40 minutos produzidas num curto período de tempo e num contexto colectivo. O que faz com que estes trabalhos sejam tanto das pessoas que os protagonizam como daqueles que os acompanharam e influenciaram. Uma responsabilidade partilhada que gostaríamos de estender ao público que convidamos a assistir a este ciclo. Não só esperamos que vejam estas peças, como também que conheçam os artistas, que falem com eles e que divaguem a partir das suas propostas desdobrando os seus sentidos. É neste diálogo que o PACAP, enquanto Programa de Criação, se completa e se reconhece como um projecto cada vez mais integrado na comunidade.

Sofia Dias & Vítor Roriz

Agradecimentos
Passaram por este Programa muitos outros artistas e teóricos que partilharam com generosidade os seus modos de fazer e pensar e os quais não podemos deixar de mencionar: Mário Afonso, Sónia Baptista, Neil Callaghan, Francisco Camacho, Alex Cassal, Liliana Coutinho, João Fiadeiro, Francisco Frazão, Philipp Gehmacher, Jared Gradinger, Luís Guerra, David-Alexandre Guéniot (Ghost), Miguel Gutierrez, Christiane Jatahy, Nádia Lauro, Vera Mantero, João dos Santos Martins, Sofia Neuparth, Inês Nogueira, Miguel Pereira, Paulo Pires do Vale, Tiago Rodrigues, John Romão, Vânia Rovisco, Jonathan Saldanha,Teresa Silva.

Sofia Dias & Vítor Roriz são uma dupla de coreógrafos a colaborar desde 2006 na pesquisa e concepção de vários trabalhos apresentados em mais de 17 países. Os seus trabalhos centram-se na articulação entre a voz, a palavra, o som e os objectos com o corpo, o gesto e o movimento. Em 2011 foi-lhes concedido o Prix Jardin d’Europe pelo espectáculo Um gesto que não passa de uma ameaça, um trabalho que questiona a hierarquia entre a palavra e o movimento. Enquanto dupla têm colaborado com diversos artistas tais como, Catarina Dias, artista visual e colaboradora de longa data, Lara Torres, Marco Martins, Clara Andermatt, Mark Tompkins e desde 2014 que apresentam António e Cleópatra de Tiago Rodrigues e Sopro (2017) do mesmo director. Leccionam regularmente aulas e workshops e têm vindo a organizar residências e encontros de reflexão entre artistas em diferentes contextos. Sofia & Vítor foram convidados a fazer a curadoria da segunda edição do PACAP – Programa Avançado de Criação em Artes Performativas, Fórum Dança (2018/2019). Estrearam o seu mais recente espectáculo O que não acontece, no Festival Alkantara 2018.

Programa

14 Março, 21:30

untitled (mâcher ses mots) – figuration attempt #2, de Elena Bastogi

Duração: 40 min
M/18

“Cara Silvie,
Se a linguagem é um ato de enquadramento, tal como me disseste uma vez, como ser subversiva quando se trata de dar nomes às coisas?
Li em algum lugar que errar, circular, hesitar em redor do que não tem solução pode ser um método. Vamos então brincar às escondidas com a linguagem? Ou vamos escrever um manifesto no qual pararemos de acreditar no momento em que é redigido?
Nós temos muitas dimensões, não precisamos dos nomes… mas aqui estou eu, manuseando eles, mastigando palavras. Achas que me poderiam parecer melhor se eu também as digerir?
Fico espantada por assemelhar-me mais, contigo.
Tua,
Cria revolucionária”

Ficha Artística
Criação e Interpretação: Elena Bastogi
Aconselhamento Artístico: Sofia Dias & Vitor Roriz
Texto: Elena Bastogi; citações e referências de Sibilla Aleramo (Il passaggio, 1919), Paul B. Preciado (Terrore anale, 2018 e Testo tossico, 2015), A. G. Gargani e A. M. Iacono (Mondi intermedi e complessità, 2005), Augusto Monterroso (O dinossauro, 1959), Teatro Valdoca, Nanni Moretti.
Video/Imagens e edição do som e da musica: Elena Bastogi
Musica: Fiabe sonore; Mash-up de “Introduzione” e “Parola”, de Anna Caragnano & Donato Dozzy; “Bird”, de The Knife.
Direção Técnica: Zeca Iglésias

Elena Bastogi
Elena Bastogi nasceu na Toscana (Itália) em 1995. Gradua-se em Artes Visuais na Academia de Belas Artes de Brera (Milão) em 2018. A par da educação formal académica, ela tem uma educação independente em dança, teatro e performance através de aulas e workshops.
Trabalha como atriz em Giuramenti (2017) por Teatro Valdoca. Em 2017 muda-se para Lisboa para participar no Risco da dança, um período de investigação em dança e movimento no c.e.m – centro em movimento. Atualmente, participa no PACAP2 (Programa Avançado de Criação em Artes Performativas) no Fórum Dança com curadoria de Sofia Dias & Vitor Roriz, elaborando neste contexto, o seu primeiro solo. Co-fundadora da banda GGTBG.

Bocuda, de Nina Giovelli

Duração: 40 min
M/18

“Bocuda/Big Mouth é um devaneio pré-linguagem de um corpo com desejo de constante atualização.
Parte da pergunta “‘o que faz o corpo reagir com prazer e/ou insurreição?” e explorando as relações entre o que acontece dentro e fora do corpo.
Um programa performativo para falar primeiro e pensar depois, para ativar e partilhar imaginários; uma composição entre realidade palpável, memórias e imaginação.”

Ficha Artística
Criação e Interpretação: Nina Giovelli
Som: Nina Giovelli e Otávio Carvalho
Music: Total Eclipse of the heart (Bonnie Tyler)
Acompanhamento Artístico: Sofia Dias & Vitor Roriz
Direcção Técnica: Zeca Iglésias

Nina Giovelli
Brasileira. Performer, artista da dança e educadora. Bacharel e licenciada em Dança pela Unicamp e formada no Núcleo Experimental de Artes Performativas em São Paulo.
Participou do intensivo de formação e criação nos estudos do corpo e do movimento “O risco da dança” no c.e.m – centro em movimento em Lisboa.
Foi professora regular e artista residente no Centro de Referência da Dança de São Paulo.
Ganhou o prêmio Denilto Gomes pelo solo “Desviante”. Apresentou “tentativa de autorretrato em um mundo de selfies” a convite do Museu de Imagem e Som. Trabalhou como artista colaboradora e performer no Núcleo Artérias com a coreógrafa Adriana Grechi por seis anos.
Atualmente desenvolve sua pesquisa entre o sensório, o motor e os imaginários do corpo, participando no Programa Avançado de Criação nas Artes Performativas II do Fórum Dança em Lisboa (PT) com curadoria de Sofia Dias & Vitor Roriz, do qual resultou a performance/solo “Bocuda” (2019).
Encontra-se ainda em processo de formação de Educadora Somática do Movimento na técnica Body Mind Movement com Mark Taylor.

15 Março, 21:30

Eu, você e o outro de você, de Tamara Catharino

Duração: 30 min
M/18

Eu, você e o outro de você
Não é sobre o que é.
É sobre estar em vez de ser.
É nos transportar por uma viagem em espaços outros, virtuais ou não, mas que nessas camadas outras,
nos encontramos para poder comunicar.
Comunicar eu e você, você e o outro de você, eu e através de você, com outro de você.
E por esses encontros nos espalhamos como líquido cibernético, e o NÓS se torna o espaço, o espaço construído para esse trabalho,
construído pela presença deslocada do eu, você e o outro.
Tudo que vai, volta de alguma forma, mesmo que de uma forma não visível. É importante ser visível?
Onipresença é estar em todos os lugares,
mas é transformar todos esse lugares na gente também.
Não é sobre virtualidade, mas é também. Não é sobre tecnologia, mas é também. Não é sobre ser um jogo, mas é também. Não é sobre presença, mas é também. Não é sobre eu, mas é também.
Não é sobre você, mas é também.

Criação e Interpretação: Tamara Catharino
Aconselhamento Artístico: Sofia Dias & Vitor Roriz Colaboração: Bruno Brandolino
Imagens e Vídeo: Bibi Dória
Música: Uniform, de Alva Noto
Direção Técnica: Zeca Iglésias

Tamara Catharino
Tamara Catharino nasceu na cidade do Rio de Janeiro (Brazil) no ano de 1992. Formada em Bacharelado em Dança na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Depois de formada trabalhou como performer do coletivo Corpo estranho, Direção Aline Texeira(RJ/Brasil). Em 2016 iniciou um trabalho em colaboração com Ugo Alexandre Neves(RJ/Brasil) na companhia RioHop construindo o primeiro espetáculo “Samplers”. Em 2017 trabalhou com a companhia Grupo de Rua, do coreógrafo Bruno Beltrão(RJ/Brasil). Atualmente participa do Programa Avançado de Criação em Artes Performativas (PACAP 2), com cuardoria de Sofia Dias & Vitor Roriz oferecido pelo Forum Dança onde está desenvolvendo a criação de um solo chamado “Eu, você e o outro de você”.

febre, de Tatiana Bittar

Duração: 30 min
M/18

Na transposição do rio, tudo morre para que a vida nasça em outro lugar. Tem amor e perda. Perda principalmente.

Criação e interpretação: Tatiana Bittar
Acompanhamento Artístico: Sofia Dias & Vitor Roriz
Textos: excertos retirados do filme Insolação de Filipe Hirsh e Daniela Thomas
Direcção Técnica: Zeca Iglésias

Tatiana Bittar
Tatiana Bittar é uma atriz, artista e criadora brasileira graduada em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. Tatiana é uma das fundadoras da Andaime Cia de Teatro, onde trabalha desde 2007 criando principalmente performances de rua e ocupação de espaços não convencionais.
Fundou e participa no Coletivo Antônia, trabalhando com teatro para crianças como atriz e intérprete desde 2009.Febre é sua primeira performance solo, criada em Lisboa, PT, sob a segunda edição do Programa Avançado de Artes Performativas, com curadoria de Sofia Dias & Vitor Roriz e organizado pelo Forum Dança.

MUTA, de Arianna Aragno

Duração: 30 min
M/18

“Um solo colectivo ao redor da ideia de transformação.
Encontra um bug. Revela a ficção. Perdemos a ligação. Vamos fazer como se fosse. Em baixo disso, posso ver-te melhor do que nunca.” Arianna Aragno

Ficha Artística
Criação e Interpretação: Arianna Aragno
Acompanhamento Artístico: Sofia Dias & Vitor Roriz
Direcção Técnica: Zeca Iglésias

Arianna Aragno
Arianna formou-se como atriz e performer com Cesare Ronconi, Lucia Palladino, Mariangela Gualtieri, Leonardo Capuano, Raffaella Boscolo entre outros.
Em 2015 iniciou a colaboração como intérprete da companhia “Teatro Valdoca” para a criação do espetáculo “Giuramenti”, estreado 2017. Nesse processo, participou também do documentário “Gli Indocili” (direção Ana Shametaj, produção Ubulibri), lançado em Janeiro 2018.
Frequentou o curso de formação “Risco” no c.e.m. (Lisboa).
Faz atualmente parte do Programa Avançado de Criação em Artes Performativas “PACAP 2” no Fórum Dança, onde está desenvolvendo a sua primeira performance a solo.
Está interessada na ideia de transformação contínua, o que acontece nos encontros entre um corpo e algo/ alguém.


Apoios: O Rumo do Fumo, O Espaço do Tempo, La Place de la Danse, Alkantara, Inestética, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Agradecimentos: Real, Companhia Olga Roriz, Frame, Carta Branca, Estúdios Victor Córdon
Produção PACAP 2 : Forum Dança
Forum Dança é uma estrutura artística financiada pelo Governo de Portugal, Direção Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa

foto © Vitorino Coragem